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Cunhando o golpe

Por Alexandre Brust

Cunhando o golpe
Foto: Max Haack/ Ag. Haack/ Bahia Notícias
De golpe em golpe, nas caladas das noites de Brasília, o psico-políticopata ditador mor da Câmara, prepara a CUNHAGEM DO GOLPE FATAL.
 
Extrapolando as atribuições que lhe confere o Regimento do Parlamento e, em flagrante desrespeito à Constituição, o seu arbitrário Presidente, tutelando uma obstinada oposição golpista, tenta através de impeachment cassar a Presidenta Dilma eleita democraticamente, ou através da implantação de um parlamentarismo capenga, transformá-la numa espécie de Rainha da Inglaterra.

Esse filme, convenhamos, já assistimos, por ocasião da renúncia do Presidente Jânio Quadros, em 25 de agosto de 1961, quando os gorilas de plantão, contando com os aliados golpistas da velha UDN, PSD, PSP e PRP, no Congresso, financiados por grupos internacionais e banqueiros nacionais, numa triste e vergonhosa decisão, rasgando o Regimento e a Constituição, na calada da noite, de madrugada, implantaram o Parlamentarismo, cassando os poderes e atribuições do vice-Presidente eleito João Goulart (naquela época o vice também era votado) e que, felizmente, só vigorou até janeiro de 1963 quando, em plebiscito, foi derrotado pelo Presidencialismo por 9.4 milhões, contra 2 milhões de eleitores ou seja, 83% dos eleitores devolveram os poderes ao Presidente Jango.

Na democracia as eleições e plebiscitos, são realizados à luz do dia, enquanto os golpistas aprovam os atos excepcionais na calada da noite.

Entre os golpistas, podemos emoldurar o retrato de vários das velhas raposas e filhos de coronéis da velha oligarquia, donos de capitanias de currais eleitorais que, assim como compram, também vendem votos, todos agasalhados em legendas que mudaram de nome, mas cujas ações desenvolvidas são as mesmas.

Hoje, lamentavelmente, os brasileiros não contam com líderes da estirpe, da dimensão e da coragem do velho guerreiro Brizola que, na definição do jornalista Petrônio Souza, “Por autoridade nacional, ele repetia e repercutia. Fica faltando as sábias palavras do grande pai nacional que, sempre, para o bem geral da Nação, ponderava”.

Os atuais golpistas de plantão na Câmara dos Deputados, emaranhados na teia da “aranha cunhada”, esquecem de que um Regime Parlamentarista, somente subsiste em países com partidos políticos fortes e consolidados, protegidos por uma legislação que lhes assegure essa solidez, o que por sua vez gera uma democracia estável.

Algum congressista, de sã consciência, identifica essas premissas no Brasil? A resposta é não. Então qual é o interesse em abocanhar o poder? O grupo de conhecidos políticos que insistem na retomada do poder, tem formação, mestrado e doutorado, com PHD em delapidação do patrimônio público, são os mesmo da “privataria”, financiados e patrocinados para atuar como lacaios das instituições nacionais, multinacionais e transnacionais, receptadoras do patrimônio construído com o suor dos brasileiros.

Nosso País, infelizmente, ainda é dominado por uma elite capitalista retrógrada, burra que quer importar desenvolvimento, entregando nosso patrimônio a preço de banana.

Ledo engano, podem até conseguir alguma progressão na correnteza do desenvolvimento em relação às águas, mas regridem em relação às margens, em razão da internacionalização da nossa economia e da descapitalização provocada pela remessa de lucros.

Parodiando o hino da Bahia, podemos afirmar.
Como no 2 de julho,
O sol é mais brasileiro,
Nunca mais os golpistas,
Ditarão suas ações.
“Com tiranos não combinam,
Brasileiros corações”.
* Alexandre Brust é ex-presidente do PDT-BA

* Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias