Contra a privatização da feira de Camaçari

A população de Camaçari está repudiando nas ruas a proposta do governo municipal de privatizar a feira do município. Um grande movimento aconteceu na semana passada na Praça Montenegro e reuniu dezenas de lideranças dos feirantes, como o presidente do sindicato da categoria, Romualdo Santos Costa. O projeto da Prefeitura é passar a administração do espaço para a empresa Pil Invest Empreendimentos e Incorporações, que enfrenta vários problemas judiciais. Em fevereiro, a prefeitura de Manaus ingressou na Justiça com uma ação para tirar a Pil Invest da administração do complexo de Ponta Negra, uma das principais áreas de lazer da capital amazonense.

 

A oposição já está preparando uma ação para ingressar na Justiça contra a privatização da feira, caso seja necessário. Por enquanto, os movimentos são políticos e de pressão, em apoio aos feirantes e à sociedade de Camaçari, contrária a esse processo. O que queremos é a requalificação total do espaço, que há anos enfrenta problemas estruturais, que se tornam mais graves com as chuvas. O município que arrecada R$3 milhões por dia não pode ter uma feira popular abandonada e entregue ao descaso. Isso é um desrespeito à população de uma das cidades mais ricas do estado. 

 

Além de tudo isso, mesmo que a cidade fosse a favor, nem o projeto de privatização parece ser viável economicamente. Primeiro porque certamente vai elevar custos e os valores dos produtos. Comerciantes e a população é que serão penalizados e acabarão deixando de comprar na feira, gerando prejuízos para feirantes. Ou seja, a venda não trará benefícios à cidade, aos feirantes e aos clientes. Pelo contrário: quem trabalha lá atualmente deixará de ser permissionários para ser inquilinos e os comerciantes vão pagar mais caro pelos produtos.

 

A gestão passada é a grande responsável pelo abandono da feira. A prefeitura, na administração atual, manteve a política de abandono e agora quer repassar o problema para a iniciativa privada, penalizado a todos. Mas vamos continuar nas ruas lutando para que essa proposta não siga adiante.