Crise de representação
Sem dúvidas, a maior novidade do processo de redemocratização foi a consolidação de um partido extraparlamentar nascido, especialmente, da classe média urbana e dos diversos movimentos sociais que ascenderam no país a partir da década de 1970. Este novo partido estabeleceu como vocação representar os interesses dos trabalhadores.
Sendo o PT oriundo do chão da sociedade, não deixou de ser influenciado pelas circunstâncias de fracasso do socialismo real e da alavancagem cultural e política do neoliberalismo. Ao passo que o partido soube driblar algumas armadilhas programáticas ligadas ao passado, instaurou-se o objetivo de crescer eleitoralmente, mas preservando como referência a democracia participativa e a sua presença nos movimentos sociais.
Após duas décadas conquistando espaços em todas as esferas de governo, o partido legou ao país pela primeira vez a representação política dos mais pobres, ao implementar em escala inédita dezenas de projetos direcionados para a inclusão social. A geografia do voto decorrente destas decisões tem permitido o reconhecimento dos eleitores conferido nas urnas.
Como nenhuma representação política é estática, o PT acumula sucessivas derrotas por se ausentar do debate franco em torno de fracassos na economia, no combate á corrupção e no projeto de desenvolvimento do país. Sente-se falta da politização destas questões e do cultivo republicano ao diálogo.
É possível antever uma crise de representação, já que o partido agoniza na governabilidade e sufoca as grandes agendas (reforma política, tributária, combate à corrupção, etc.) capazes de avançar significativamente o desenvolvimento social e econômico do país. Independente do papel da oposição, são nítidas as fraturas na relação com a sociedade (cidadãos comuns e os ativistas). Ao PT seria razoável cogitar uma refundação, reafirmando princípios e o valor à autocrítica.
Sendo o PT oriundo do chão da sociedade, não deixou de ser influenciado pelas circunstâncias de fracasso do socialismo real e da alavancagem cultural e política do neoliberalismo. Ao passo que o partido soube driblar algumas armadilhas programáticas ligadas ao passado, instaurou-se o objetivo de crescer eleitoralmente, mas preservando como referência a democracia participativa e a sua presença nos movimentos sociais.
Após duas décadas conquistando espaços em todas as esferas de governo, o partido legou ao país pela primeira vez a representação política dos mais pobres, ao implementar em escala inédita dezenas de projetos direcionados para a inclusão social. A geografia do voto decorrente destas decisões tem permitido o reconhecimento dos eleitores conferido nas urnas.
Como nenhuma representação política é estática, o PT acumula sucessivas derrotas por se ausentar do debate franco em torno de fracassos na economia, no combate á corrupção e no projeto de desenvolvimento do país. Sente-se falta da politização destas questões e do cultivo republicano ao diálogo.
É possível antever uma crise de representação, já que o partido agoniza na governabilidade e sufoca as grandes agendas (reforma política, tributária, combate à corrupção, etc.) capazes de avançar significativamente o desenvolvimento social e econômico do país. Independente do papel da oposição, são nítidas as fraturas na relação com a sociedade (cidadãos comuns e os ativistas). Ao PT seria razoável cogitar uma refundação, reafirmando princípios e o valor à autocrítica.
* Cláudio André de Souza é Mestre em Ciências Sociais (UFBA)
e Professor de Ciência Política da Universidade Católica do Salvador (UCSAL).
* Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias