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Baía de Todos os Santos, sede da Amazônia Azul

Por Eduardo Athayde

Baía de Todos os Santos, sede da Amazônia Azul
Algumas poucas palavras são reconhecidas nas línguas mais faladas do mundo. Taxi, hotel, hospital e Amazônia são algumas delas. Ao redor do globo, livros escolares, de ficções, de história e os científicos, revelam a importância da Amazônia para o equilíbrio do clima e da vida no planeta. Uma floresta de 5.5 milhões de km², com a maior concentração de biodiversidade do mundo, onde milhares de espécies ainda são desconhecidas pela ciência. Amazônia (do grego, a=sem, mazon=centro) significa sem centro.

Esta é a Amazônia Verde, classificada em primeiro lugar entre as 7 Maravilhas da Natureza. Emoldurando a costa brasileira está Amazônia Azul, um inteligente conceito criado pela Marinha do Brasil, chamando a atenção do potencial estratégico deste desconhecido e inexplorado patrimônio nacional: “Uma outra Amazônia em pleno mar, assim chamada pelos seus incomensuráveis recursos naturais e grandes dimensões, uma área maior do que a Amazônia Verde brasileira”.

Com 3,5 milhões de km², a Amazônia Azul é uma área formada pelos 8.5 mil km da costa brasileira, abrangendo 17 estados e mais de 400 municípios; e mais as 200 milhas marítimas (370 km) de largura do mar territorial, definidas internacionalmente pela Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos do Mar (CNUDM), e ratificada por 156 países, como Zona Econômica Exclusiva (ZEE).

Juntamente com outros países, o Brasil está pleiteando à Comissão de Limites da Plataforma Continental da CNUDM, a extensão dos limites de sua área para além das 200 milhas marítimas, acrescentando aos 3,5 milhões de km² já definidos, mais 963 mil km², um tamanho equivalente à soma das áreas dos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Se for aceita, os 8,5 km² do território nacional serão acrescidos de mais 4,5 milhões de km² de território molhado. Qual será o valor dos ativos da lâmina d´água, do solo oceânico e do subsolo (diferentes minérios, inclusive reservas do pré-sal), desse imenso território da Amazônia Azul?

Com maior costa litorânea do Brasil (1.183 km), porto natural da BTS situado no centro da costa brasileira, a Bahia tem vocação natural para explorar os recursos do mar. Em que pese os vultosos investimentos em curso, como o estaleiro do Paraguassu, com US$ 6,5 bilhões de contratos em carteira; portos e terminais; a Bahia ainda não desenvolveu uma cadeia produtiva da indústria naval. Oportunidades estão à vista. A Universidade da Petrobrás pode construir nas margens da baía o seu centro offshore em parceria com o 
 
 Campus Integrado de Manufatura e Tecnologia - Cimatec, um centro de excelência da Federação das Indústrias, criando o “Cimatec Mar”.

Por outro lado, a poderosa indústria turística internacional que gera US$6 trilhões de renda na economia mundial e mais 120 milhões de empregos diretos, poderá ser atraída com outra força. Debutando internacionalmente como sede da Amazônia Azul, a Bahia, com passaporte novo, usado para mostrar o mesmo potencial com outro olhar, será apresentada ao mundo, e aos seus atentos investidores movidos a GPS no Google Earth, com novas credenciais. O que estamos esperando?

Fundada e sediada às margens da  
​Baía de Todos os Santos - ​
 BTS, a Associação Comercial da Bahia – ACB 
 ​​
  articula com a Marinha do Brasil, trazer para a BTS a inteligência e o centro dos debates nacionais e decisões sobre a economia do mar. O chefe da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar, vice-almirante Silva Rodrigues, estará em Salvador. A Bahia quer ser a sede da Amazônia Azul.
Para discutir cenários e oferecer subsídios para planejamentos, a bicentenária ACB <acbahia.com.br> realiza o “Fórum Internacional sobre Gestão de Baías”, no próximo dia 25/09, das 14h às 19h, na sede da ACB, em parceria com a Marinha do Brasil, Ibama, Iphan, Inema, Ministério Público do Estado da Bahia, Petrobrás, Sebrae, Bahiagás e prefeituras dos municípios do entorno da BTS, incluindo Prefeitura de Salvador e o Governo do Estado da Bahia; reunindo em Salvador, governantes, empresários e especialistas - nacionais e internacionais -, para discutir o desenvolvimento com sustentabilidade de resultados e governanças novas, onde o monitoramento e a pr 
eservação
  das áreas estão, obviamente, incluídos.

* Eduardo Athayde é diretor da Associação Comercial da Bahia e do WWI-Wordwatch Institute no Brasil. 

*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias.