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Crise na saúde é grave e mais hospitais correm risco de fechar as portas

Por Fabíola Mansur

Crise na saúde é grave e mais hospitais correm risco de fechar as portas
Foto: Divulgação
É com grande tristeza que acompanho as notícias sobre o fechamento do Hospital Espanhol, uma unidade centenária, que além da rede particular também era filantrópica e atendia sua cota do SUS, inclusive pacientes em tratamento de hemodiálise. É lamentável que uma estrutura como a do Espanhol não tenha conseguido sobreviver deixando, além do vácuo de 300 leitos, uma grande perda, tanto para o município e o estado, como para quem defende a saúde.

Temos que fazer um esforço conjunto para salvar o Hospital Espanhol e manter inúmeros leitos de emergência, úteis para a população. Não adianta construir novos hospitais, se alguns estão fechando. É preciso promover melhorias no atual sistema, tão desigual, reduzir as esperas que dão acesso ao SUS e proporcionar a todos uma condição mais humanitária e digna.

A instituição enfrentava, há mais de um ano, uma crise financeira e, como médica e diretora de Defesa Profissional participei muitas vezes, no passado, de reuniões no hospital, por conta de várias situações como a crise da área de maternidade e com o corpo médico. O Hospital Espanhol fechou por problemas que impediram o aumento de seu faturamento e o crescimento do endividamento, causados também pela ausência de muitos anos sem reajuste nas tabelas de planos de saúde e SUS, além dos reajustes insuficientes nas tabelas dos convênios, tanto dos serviços quanto dos profissionais de saúde, o que gerou um grave desequilíbrio econômico e financeiro.

Nós tivemos alguns hospitais de Salvador em crise há alguns anos, agora temos o Espanhol e, se não houver uma política de reestruturação e refinanciamento com melhoria da gestão, o destino será o mesmo para outros hospitais na Bahia, em consequência do sucateamento das tabelas de plano de saúde e do SUS defasadas. Na área de Saúde é preciso que um novo governo tente realmente fazer uma reestruturação, com mais verbas e reforma tributária.

Participo da luta em defesa de uma saúde pública de qualidade e como vice-presidente da Comissão de Saúde na Câmara ajudei a coletar assinaturas para o projeto de Saúde + 10, encaminhando quase cinco mil assinaturas para Brasília. Também em meu primeiro mandato como vereadora apresentei diversas emendas para a execução de melhorias em postos de saúde no município e realizei inúmeras audiências públicas para tratar da crise da saúde pública. Além disso, propus projetos, já sancionados através da Lei de nº 8.624/14 (Fila Zero) e a Lei nº 8.623/14 que garante aos idosos, gestantes, pessoas com deficiência, crianças e pessoas com câncer, prioridades no atendimento presencial e no agendamento telefônico para marcação de consultas e exames.

Defendo um pacto/politica de restruturação do setor hospitalar e a ampliação do acesso à saúde com novos incrementos e financiamento suficiente, além de uma gestão eficaz que inclua a valorização dos profissionais de saúde para atender a população com qualidade.


 *Vereadora, vice-presidente da Comissão de Saúde e líder do PSB, na Câmara Municipal de Salvador.

*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias.